Futebol (O Jogo e as Lesões).

Bom dia,

Primeiramente gostaria de pedir desculpas pela ausência de postagens no meu blog este ano, tenho tentando conciliar minha agenda (sobrecarregada), com outras atividades que faço mais está difícil, mas prometo que vou tentar escrever com mais frequência daqui p/ frente.

Em Março desse ano estive em viagem para Espanha, aonde fui acompanhar o time de base do Desportivo Paranaense no Torneio Internacional de futebol base (Menorca/Espanha) e também fui visitar o Centro de Treinamento do Barcelona a convite do lateral Adriano. Por essas razões vou escrever algo sobre a fisioterapia no futebol e também compartilhar com vocês algumas fotos.

O JOGO E AS LESÕES

Devido ao preparo físico mais eficiente e jogadas mais agressivas, no decorrer dos anos a evolução dos sistemas táticos de jogo e da marcação foram sendo modificados para dificultar os dribles e as jogadas de efeito, passando a diminuir-se os espaços do campo.

O futebol apresenta-se com exigências de trabalhos intensos anaeróbicos, associados a longos períodos de exercícios aeróbicos. Durante um jogo, um atleta percorre em torno de 10Km, divididos em corrida (40%), andar (25%), trote (15%), velocidade (10%) e corrida de costas (10%).

O futebol possui como característica a presença de movimentos bruscos a cada 6 segundos, facilitando a ocorrência de lesões, necessitando-se de um trabalho de recuperação intenso, principalmente relacionado á propriocepção.

A prevenção e o estudo das lesões ortopédicas no futebol estão baseados nos fatores intrínsecos (internos) como: idade, lesões prévias, instabilidade articular, preparação física e habilidade. Por outro lado, os fatores extrínsecos (externos) são: sobrecarga dos exercícios, números excessivos de jogos, qualidade dos campos, equipamentos (chuteiras, caneleiras) inadequados e violações á regras dos jogos (faltas excessivas, jogadas violentas).

A incidência de lesões varia de 10 a 35 a cada 1.000 horas de jogo. Segundo Cromwell et al., cada jogador sofre em torno de 1,78 lesão por ano, sendo 35% recidivas dessas lesões, e 35% ocorrem durante os treinamentos. Nilson e Rooas estudaram dois campeonatos noruegueses e concluíram que 56% das lesões ocorrem durante as partidas, e dois terços delas ocorrem nos membros inferiores.

Na literatura brasileira, Pedrinelli, em 1994, pesquisou 354 lesões traumáticas em 150 jogadores profissionais, concluindo que as lesões mais frequentes são as que ocorrem sem contato, predominando as contusões nos membros inferiores.

O futebol apresenta-se como um jogo de extremo contato físico, e cerca de 50% das lesões decorrem do trauma direto do jogador contra um adversários, salientando-se a importância dos árbitros no sentido de coibir a violência das jogadas.